segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

SERÁ QUE ESTAMOS OU IREMOS VIVENCIAR UMA BOLHA IMOBILIÁRIA NO BRASIL???





SERÁ QUE ESTAMOS OU IREMOS VIVENCIAR UM BOLHA IMOBILIÁRIA???
 
Para quem ainda não me conhece, gostaria de me apresentar:  meu nome é Carlos Bispo, sou um Executivo de Finanças Sênior, com sólida experiência em gestão financeira e de controladoria, experiência esta adquirida em empresas globais tais como: PwC, ABB Asea Brown Boveri, Daimler-Chrysler, Metalsa, JCB, SKF, Bottom-Line Group Consulting, etc ..., com ampla experiência internacional, trabalhei 2 anos em Miami - EUA, e também em alguns momentos em alguns países da América Latina (Brasil, México, Argentina, Colômbia, Uruguai e Venezuela) como LATAM CFO. E trabalhando em auditoria e consultoria em clientes em mais de 11 países ao redor do mundo com mais de 28 anos de experiência com uma sólida formação acadêmica: EMBA (Economia Global) na Universidade de Toronto, Mestrado em Finanças e Contabilidade (em curso) DeVry University, em Miami (70% on-line), EMBA - BSP, MBA - FEA / USP – CRC Ativo, Bacharel em Ciências Contábeis, Administração de Empresas.
 
 
 
 

As minhas especialidades incluem:

•        Planejamento Financeiro, Orçamento e Previsão • Tesouraria e Gestão de Investimentos

•        Administração de CAPEX e OPEX  • Especialista em IFRS, USGAAP e BRGAAP

•        Controles Internos, Compliance & SOX • LATAM Relatórios e Consolidação

•        ERP Implem. (SAP, Oracle, Totvs) • Habilidades de negociação

•        Financiamento: BNDES, bancos internacionais

•        Especialista em Contabilidade / Custos e Professor

•        Terceirização / Consultoria / Auditoria e Especialista em Impostos

•        Formação de Equipe e Liderança

•        Especialista em Administração em Crise e redução de custos

  • Especialista em alavancagem financeira
  • Especialista em reestruturação de empresas

  • Fusões e Aquisições e Due Diligence

Ao longo de minha carreira, trabalhei nos seguintes ramos de atividade: indústria, serviços, comércio e bancos, e nas seguintes áreas de negócio: automotivo, Bens de Consumo, fusões e aquisições,  mercado imobiliário,  papel e celulose, mineração, metais, hotéis, comércio eletrônico, auditoria, consultoria, terceirização de mão de obra, retro-escavadeiras, aluguel de carros, farmacêutica, ferrovias, construção, negócios maritmos, e-commerce, etc ...

Enfim, você já deve ter percebido que não sou tão jovem assim, tive que explorar um pouco acima o meu modesto conhecimento para provar que esta experiência me da abertura para falar com mais propriedade e explorar um pouco mais sobre os gurus do mercado com relação a este fato, dentre o conjunto de pesquisas que realizei: CRECI, Empíricus, diversos jornais, diversos especialistas no assunto e com o meu conhecimento e opinião, cheguei a seguinte conclusão abaixo que gostaria de compartilhar com vocês:

Estava conversando com um amigo meu em Miami, local onde morei por 2 anos e ainda freqüento com uma certa intensidade e ele sendo um  “financial advisors” para clientes “private” (aqueles que têm mais de US$ 1 milhão de ativos) com sede em Miami e comentamos sobre a verdadeira montanha russa que essa pessoa tinha experimentado no mercado nos últimos 14 anos.

 

Há 14 anos essa pessoa havia comprado um apartamento por US$ 100 mil. Esse apartamento chegou a valer mais de US$ 1 milhão no momento de pico de mercado; mas com a crise de 2008 voltou aos US$ 100 mil iniciais.

Atualmente o mesmo apartamento está avaliado em torno de US$ 350 mil. Como esse é o imóvel de moradia e tinha sido comprado por um bom preço, toda essa flutuação acabou sendo só uma história para contar para os netos.

Agora, imagine se você tivesse o azar de comprar no pico de US$ 1 milhão e, pior do que isso, se tivesse comprado financiado. Isso seria um erro que poderia acabar com a vida financeira de qualquer um.

Mas o que é, afinal, uma bolha imobiliária?

Os preços mais do que dobraram e voltaram ao mesmo patamar de antes da bolha. Houve uma queda de mais de 60% para quem comprou lá no pico. O mercado de Las Vegas foi um dos que mais sofreu com a crise americana. Na média, o mercado americano caiu 27% do pico ao fundo da crise. Contudo, quando um mercado está com preços nas nuvens, isso não necessariamente significa que está sob uma bolha.

A bolha se caracteriza por um mercado com preços muito maiores do que os historicamente observados e principalmente por causas insustentáveis no longo prazo que, consequentemente, resultam em uma forte queda de preços em um período seguinte.

No caso americano, o fator insustentável número 1 e que inflou (e desinflou) os preços foi o nível excessivo de crédito imobiliário oferecido por lá. Foram “só” US$ 6 trilhões a mais de crédito entre 2003 e 2008, equivalente a 150% do PIB atual do Brasil, concedido em crédito às famílias americanas para a compra de imóvel!

Mas, de novo, o crescimento em si do crédito não explica a bolha. Há também os empréstimos mal feitos. E isso aconteceu com muita frequência nos EUA. Emprestou-se para quem não podia pagar. Os empréstimos chegaram a uma relação de 90% do PIB americano, com um agravante: na média, as famílias americanas endividadas estavam pagando cerca de 36% de tudo que o ganhavam em parcelas de financiamento imobiliário. E, se a média era 36%, tinha muita gente comprometendo 40%, 50% e até 60% de sua renda somente com o pagamento de financiamentos imobiliários.

Nesse contexto, como se faz para pagar todas as outras contas da família, como alimentos, água, luz, saúde, carro e cartão de crédito? Não tem jeito. O orçamento dessas famílias foi para o buraco.

Quando o mercado percebeu que a corda ia arrebentar, houve um dos maiores recuos da história de crédito (o dinheiro literalmente sumiu!) e o combustível para os aumentos de preço acabou.

As famílias (e os especuladores) saíram correndo para tentar salvar algo vendendo suas propriedades a qualquer preço para se livrar das dívidas. E o resto é a história contada no primeiro gráfico que mostrei ali acima.

 

A comparação com o Brasil

A situação americana e brasileira tem muitas semelhanças. O mercado americano apresentou um incrível aumento de preço em poucos anos. Olhando friamente o comportamento do mercado brasileiro de imóveis residenciais, tivemos aumentos até mais fortes.

Esse gráfico mostra que o preço de imóveis residenciais mais do que quintuplicou de março de 2001 para junho de 2014. Especialmente nos últimos anos, desde 2007, o preço mais que dobrou de valor.

Mas, somente um aumento de preços não é suficiente para configurar uma bolha. Você precisa de causas insustentáveis para ter um quadro de bolha.

Outra coincidência com o mercado americano e uma das causas para o aumento de preços dos imóveis brasileiros certamente está relacionada com o financiamento imobiliário.

O saldo de crédito de financiamentos imobiliários cresceu mais de 5 vezes também. Para se ter uma ideia, em 2007 foram feitos financiamentos imobiliários totalizando R$18 bilhões. Em 2013 tivemos “só” R$ 109 bilhões.

 

Agora vamos ver as diferenças

 

O crescimento em si do crédito não caracteriza uma bolha. Esse crescimento teria que ser com empréstimos mal feitos. A dívida imobiliária americana representava 90% do PIB no auge. A dívida brasileira representa pouco mais de 9% do PIB.

Mais importante que isso: as famílias americanas estavam pagando o equivalente a 36% da renda nas prestações de seus financiamentos imobiliários, enquanto no Brasil esse número está em 17%.

A disciplina na concessão de crédito no Brasil é muito maior que a americana. A disciplina é tanta que a inadimplência continua sob controle, se situando na faixa de 2%.

E apesar de ser extremamente importante, só com essa conclusão não dá para cravar que não há bolha imobiliária. Ainda temos os outros fatores que elevaram a demanda e precisamos saber como eles se comportarão em um mercado mais devagar – tanto na renda quanto com a nova realidade das condições de financiamento imobiliário.

 

Quais outros fatores influenciaram este crescimento de preço no Brasil?

a) Bônus Demográfico

Um vento muito favorável à demanda por imóveis foi o chamado bônus demográfico. É o efeito de uma alta taxa de natalidade nas últimas décadas, formando uma população jovem que está casando e comprando imóveis.

Temos 1 milhão de casamentos no Brasil por ano e 280 mil divórcios impulsionando este mercado.

E este é um fator estrutural, que veio para ficar por um bom tempo. As pessoas casam e arranjam imóveis cuja prestação do financiamento caiba no seu bolso.

b) Upgrade / Saída de aluguel

A melhora de renda e da capacidade de pagamento de financiamentos também incentivou o upgrade (troca do imóvel atual por um melhor/maior) e a troca do aluguel por um imóvel próprio.

As pessoas que fazem upgrade não sentiram tanto o movimento de subida de preços, pois os imóveis que moravam também subiram bastante de preço. Então era só questão de encaixar a diferença de preços do imóvel novo mais caro num financiamento.

c) Flippers

Não, não é um monte de golfinho do seriado de televisão. Flipper é a pessoa ou empresa que compra imóveis geralmente no lançamento para vendê-los (“flipar”) com lucro na entrega ou perto dela, contribuindo para a aceleração do processo de subida dos preços. Os flippers sempre se aproveitam de uma demanda de compradores finais com pressa para se mudar.

 

Três fontes de demanda

Então temos três fontes principais da demanda nos últimos anos: bônus demográfico, flippers e upgrade/saída do aluguel.

Desses três fatores principais, somente o bônus demográfico persiste com força. Os flippers estão assustados com o mercado, as pessoas que procuram upgrade perderam a pressa por conta dos preços e as pessoas em aluguel têm mais dificuldade de obter financiamentos.

Estamos em um mercado com significativa redução de demanda. Mas será que essas mudanças de oferta e demanda são suficientes para uma explosão de uma eventual bolha? O que motivaria uma queda relevante?

 

Fatores de influência do mercado residencial

a) Ineficiência da informação

O mercado de imóveis é altamente ineficiente em termos de informação. Não há cotação em tempo real. Não há uma bolsa para as pessoas negociarem imóveis como tem no mercado de ações. E, por incrível que pareça, neste momento, isso é uma vantagem de duas formas.

Em primeiro lugar, qualquer redução de preço não fica tão óbvia (no jargão do mercado, não é “saliente”) e não desperta o incômodo de ver o ativo se desvalorizar. A menos que você esteja ativamente buscando vender seu imóvel.

b) Influência Social

Assim, diminui o efeito da influência social, mais conhecido como efeito manada, em que o fato de um preço cair faz com que as outras pessoas vendam também, levando a uma queda ainda maior.

Em segundo lugar, o fato de não ter uma cotação em tempo real faz com que as pessoas coloquem seus imóveis à venda pelo preço que acham justo e esperem meses para que esse preço seja atingido.

Outra influência social importante é o modo como a sociedade brasileira encara o investimento em imóveis. É interessante que o mercado de imóveis é um dos poucos no qual maioria das pessoas acredita que não vão nunca perder. Que é só uma questão de paciência para se obter uma valorização de seu ativo.

A influência social no mercado de imóveis faz com que a maioria das pessoas não tenha preocupação com o futuro do ativo, ou seja, acreditam que o imóvel não vai sumir, diminuindo muito o risco de uma venda maciça de imóveis.

c) Aversão à perda

Detestamos perder – num nível 2,5 vezes maior do que gostamos de ganhar. Sim, já foi medido. Daniel Kanehman, prêmio Nobel, constatou que o sentimento negativo quando perdemos é 2,5 vezes maior do que o sentimento positivo de ganhar. Evitamos ao máximo reconhecer uma perda. Isso explica algumas carteiras que ficam inundadas de posições perdedoras que ficamos com dó de realizar.

E quanto maior é o montante investido, maior será a resistência em reconhecer uma perda. Em outras palavras, os investidores em imóveis residenciais têm, na maioria dos casos, uma enorme resistência em reconhecer uma perda relevante.

d) Negação da realidade

Ainda mais em um mercado que não tem cotação em tempo real, não há uma tela piscando um número vermelho na sua frente no qual você pode facilmente evitar reconhecer que está perdendo. Você pode facilmente entrar no modo de negação da realidade.

 

Não há bolha!

 

Os quatro fatores juntos (ineficiência da informação, influência social, aversão à perda e negação da realidade) funcionam para impedir que as pessoas se sintam compelidas a vender seus imóveis a qualquer preço.

Só vai vender mais barato quem realmente precisa muito vender. E quem está precisando vender de qualquer forma, neste momento, são os flippers e algumas das incorporadoras.

As pessoas e empresas que não têm necessidade de caixa definitivamente estarão fora desta temporada de desconto e, na sua maioria, vão preferir esperar o mercado se normalizar.

A porção de flippers que estarão dispostos a dar descontos substanciais não é uma informação que possa ser estimada neste momento.

Porém, a intuição aqui é que flippers enforcados são mais exceção do que regra do mercado. A maioria dos participantes de mercado está em condição de esperar uma possível recuperação.

E o desejo de esperar essa possível recuperação está apoiada nas forças de psicologia e sociologia (finanças comportamentais) que vimos acima.

Todos esses fatores juntos nos deixam tranquilos de afastar a possibilidade de estouro de uma bolha imobiliária.

Entretanto vale ressaltar, que em ambiente de oferta x procura a tendência é que os preços se desvalorizem este ano em pelo menos 5%, daí vem o lado financeiro ou o bolso de cada um, vender ou não vender? Eis a questão!!!

A oportunidade vai ser para quem tiver dinheiro no bolso, pois com o aumento do desemprego muitos não conseguiram pagar seus financiamentos e terão que colocar o imóvel a venda, e para fazer dinheiro mais rápido terão que abaixar o valor dos imóveis, o mesmo irá acontecer com as incorporadoras, que terão que reajustar seus preços para baixo para eliminar este estoque e fazer caixa.

Quem viver verá, com certeza está será a situação de 2016, é tempo de esperar e só negociar com muita certeza do que está fazendo.

 

Um Abraço,

 

Carlos Bispo

CEO - Bottom Line Consulting Group

email: carlos.bispo@blcgconsulting.com

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